Macunaíma – Mário de Andrade
Macunaíma é apresentado aos leitores como legítimo filho da noite e do medo. Até seus 6 anos de idade ele não desenvolve a fala. O motivo, preguiça. Ainda na infância brinca no mato com Jiguê, a companheira de seu irmão. Quando a família de Macunaíma passa fome nosso herói consegue alimentos que sua mãe insiste que devem ser divididos com seus irmãos. Como é egoísta e não quer compartilhar sua comida, ele desaparece com tudo.
A maioridade
Tal atitude motiva sua mãe a expulsá-lo de casa. Escondido no mato Macunaíma desabafa com a Cotia que o transforma em adulto e ele volta ao lar materno. Durante uma cassada o herói abate uma veada que tinha acabado de parir. Ao se aproximar do animal percebe que ela era na verdade a sua mãe. Então junto a Maanape e Jiguê, seus irmãos, Macunaíma vai viver no mato.
Ci, mãe do mato
Ao encontrar Ci, Macunaíma teve uma vontade enorme de brincar com ela. Enfurecida com o atrevimento do nosso herói ela o espanca e o coitado só sobrevive porque seus irmãos conseguem dominar Ci e o salvam.
Macunaíma torna-se então o imperador do mato virgem após engravidar Ci. A criança porém morre envenenada após dividir o peito de sua mãe com uma cobra. Muito triste com o ocorrido Ci presenteia o herói com uma muiraquitã, um amuleto talhado em pedra e sobe aos céus.
Amargurado, Macunaíma parte mais uma vez ao lado de seus irmãos e encontra no caminho Capei. Monstro que o derrota e toma sua muiraquitã.
Depois de um certo tempo o herói fica sabendo por meio de um pássaro que o seu talismã foi vendido para Venceslau Pietro Pietra. Um rico fazendeiro de origem peruana que vivia em São Paulo. Todos agora vão para São Paulo em busca do precioso artefato.
Piaimã
Pra chegar a São Paulo eles descem o rio Araguaia em uma embarcação repleta de cacau, a moeda vigente na época. Quando chegam na cidade descobrem que o cacau não tem valor e que o fazendeiro peruano era a encarnação de Piaimã, um gigante canibal. Macunaíma se dirige a rua Maranhão onde morava o gigante a fim de reaver a muiraquitã. Ele é assassinado pelo gigante que o corta em pedaços para que possa ser cozido e preparado em uma polenta. Mesmo assim seus irmãos conseguem revivê-lo.
A Francesa e o gigante
Como ainda não conseguiu recuperar seu amuleto, Macunaíma parte para outra tentativa. Ele se traveste de mulher francesa para enganar Piaimã. Entretanto o gigante propõe um inusitado acordo. Se a francesa aceitasse brincar com ele devolveria a muiraquitã. Temendo ser descoberto Macunaíma foge do monstro percorrendo para isso o território nacional.
Macumba
Depois desse segundo fracasso nosso herói decide ir ao Rio de Janeiro em busca de um terreiro de macumba. Ele pede ao Exu que maltrate o gigante. Obtendo os favores da entidade, Macunaíma consegue dar uma sova no gigante.
Vei, a sol
Ainda no Rio de Janeiro o nosso herói vive outras aventuras. Em uma delas se encontra com Vei, deidade feminina do Sol. A deusa desejava que Macunaíma se casasse com uma de suas filhas, contudo ele não poderia mais brincar com outras. Nosso herói se compromete com isso, no entanto quando se encontra sozinho com uma moça portuguesa ele não resiste e começa a brincar com ela.
Carta pras icamiabas
Voltando à São Paulo Macunaíma envia uma carta solicitando dinheiro das Amazonas. Na carta relata o tipo de vida que está levando na cidade e conta a respeito das mulheres que aceitam brincar por dinheiro. Escrita em linguagem formal a carta funciona como uma espécie de crítica aos paulistanos que falam de um jeito e escrevem de outro.
Pauí-Pódole
Graças a surra que levou Piaimã está convalescente, assim se deita sobre a muiraquitã para escondê-la. Macunaíma não encontrando meios de recuperar o talismã resolve se concentrar no estudo das línguas faladas em São Paulo.
A velha Ceiuci
Para tirar sarro de seus irmãos Macunaíma diz ter visto pegadas de caça em pleno centro da cidade de São Paulo. Ingênuos os irmãos caem na tramoia e se colocam em frente a Bolsa de Valores esperando a caça aparecer. Isso tudo gera uma tremenda confusão e a polícia intervem, mas não consegue prender o nosso herói.
Mais tarde ele decide pescar no mesmo local que Ceiuci, a esposa do gigante, que também era comedora de gente. Ela consegue aprisionar Macunaíma e o leva para servir de jantar. Macunaíma consegue escapar graças a ajuda da filha de Ceiuci e antes de fugir brinca com a menina. Enfurecida a gigante o persegue sem sucesso por toda a América do Sul.
Tequeteque, chupinzão e a injustiça dos homens
O fazendeiro peruano viaja para a Europa com toda a sua família, deixando o herói sem a menor possibilidade de reaver a muiraquitã. Ele decide então viajar para o velho continente também e para não ter que gastar todo o seu dinheiro transforma-se em pintor. Quando vai a um parque para fazer algumas pinturas Macunaíma é enganado por um golpista e perde todo o seu dinheiro. Ao voltar para o Brasil nota que tem muitos artistas indo para a Europa, conclui que logo o governo não vai arcar com os custos de sua viagem.
A piolhenta do Jiguê
Macunaíma fica doente e acamado. Jiguê seu irmão apresenta-lhe sua namorada. O herói não perde tempo e começa a brincar com ela. Jiguê ao descobrir tenta evitar que ela fique próxima a Macunaíma e a manda catar piolhos. Mesmo assim o herói encontra uma forma de brincar com ela, não deixando alternativa a Jiguê a não ser mandá-la embora.
Muiraquitã
Quando Piaimã volta da Europa reencontra um Macunaíma disposto a matá-lo a fim de recuperar o muiraquitã. Nosso herói vai até a residência de Venceslau que tenta ludibriá-lo. Porém dessa vez Macunaíma é mais vivo e consegue virar a mesa assassinando o fazendeiro peruano. Que acaba incorporado ao molho de um prato de macarronada. Nosso herói enfim consegue recuperar seu precioso talismã.
A pacuera de Oibê
Macunaíma percorre junto aos irmãos o caminho de volta ao Amazonas. No meio do percurso eles fazem uma parada para se encontrar com Cuirique, ex-companheira de Jiguê. Após brincarem muito Macunaíma se lembra de repousar em terra firme.
O herói volta para a terra e se depara com um monstro, ao fugir encontra uma linda princesa e a leva até sua embarcação deixando Iriqui extremamente enciumada.
Uraricoera
Macunaíma só quer descansar enquanto seus irmãos saem constantemente para pescar e caçar. Jiguê se incomoda com essa situação e os dois brigam. Querendo vingança Macunaíma coloca veneno em um anzol. Jiguê fica doente e começa a sumir até se tornar apenas uma sombra envenenada. Na forma de sombra agora é ele que deseja se vingar de Macunaíma. Resolve então transformar-se em comida para também o envenenar. Macunaíma fica muito mal e pensa que vai morrer dentro de pouco tempo. Com muita raiva de tudo o que está passando decide transmitir sua doença a todos os animais que puder a fim de não morrer sozinho.
No final das contas é isso que o cura. Jiguê considera o irmão muito sagaz e sentindo falta de sua família retorna ao lar come a princesa, sua cunhada e Maanape, seu outro irmão. Macunaíma porém consegue enganá-lo mais uma vez e foge.
Ursa maior
Sozinho e faminto Macunaíma se sente desamparado uma vez que não há mais ninguém disponível para pescar ou caçar por ele. Como sua casa está prestes a cair ele a abandona. Na mata ele sofre com o calor e com inúmeras vontades procurando desesperadamente por água gelada.
Então se depara com uma bela mulher que na verdade é Uiara. Macunaíma não resiste a tentação e entra na água, após uma intensa luta consegue escapar mas perde de novo o seu talismã. Isolado e sem a muiraquitã o herói decide subir aos céus e se converter em estrela.